8 de jan. de 2012



De Tudo Um Pouco


De um lápis de giz
De uma bala de anis
De um grão de areia
De um canto de sereia
De um espeto de aço
De um graveto de mato
De tudo um pouco
O poeta inventa mundos

De um rabo de pipa
De um talo de tulipa
De um colo de serra
De um cabo de guerra
De um botão de camisa
De um dente de pitonisa
De tudo um pouco
O poeta dá voz ao mudo

De um dedo de martelo
De um sótão de castelo
De uma rede de malha
De uma esteira de palha
De um balcão de boteco
De uma asa de teco-teco
De tudo um pouco
O poeta despista o louco

De uma rolha de vinho
De uma camisa de linho
De uma fieira de peão
De uma bolha de sabão
De uma espiga sem grão
De uma caduca teimosia
De tudo um pouco
No poeta cutuca a poesia



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