De Tudo Um Pouco
De um lápis de giz
De uma bala de anis
De um grão de areia
De um canto de sereia
De um espeto de aço
De um graveto de mato
De
tudo um pouco
O
poeta inventa mundos
De
um rabo de pipa
De
um talo de tulipa
De
um colo de serra
De
um cabo de guerra
De
um botão de camisa
De
um dente de pitonisa
De
tudo um pouco
O
poeta dá voz ao mudo
De
um dedo de martelo
De
um sótão de castelo
De
uma rede de malha
De
uma esteira de palha
De
um balcão de boteco
De
uma asa de teco-teco
De
tudo um pouco
O poeta despista o louco
De uma rolha de vinho
De
uma camisa de linho
De
uma fieira de peão
De
uma bolha de sabão
De
uma espiga sem grão
De
uma caduca teimosia
De
tudo um pouco
No
poeta cutuca a poesia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sons do Vale!